sexta-feira

Tiro de Guerra 70





Salve o Tiro de Guerra 70!



Graças a ação firme, decidida e patriótica da sua Diretoria, o glorioso Tiro de Guerra 70, conseguiu do Inspetor dos T. G. uma prorrogação para a matrícula dos seus candidatos.
Foi dado um prazo curto para o envio da relação, o que forçou a Diretoria a um esforço ingerente para analisar número suficiente.
Felizmente o êxito coroou os esforços despendidos, tendo sendo remetidas hoje as inscrições de 40 candidatos, o que sem dúvida constitui uma vitória formidável para Morretes.
A diretoria do T.G 70, jubilosa pela não interrupção das atividades da sua Escola de Guerra, agradece por nosso intermédio a todos que colaboraram para o alistamento da turma. Esse agradecimento, de qualquer modo, se estende ao Sr. Agassiz Moraes que inscreveu diversos candidatos, entre a distinta mocidade paranaguense; aos Srs. Erasmo Fonseca e Jorgito Azim que reuniram alguns candidatos entre a luzida mocidade antoninense; ao Sr.  José Gomes, Santos de Bona e Waldemar Pereira que de diversas formas cooperaram para o alistamento da turma.

Inauguração do Retrato de Getúlio Vargas na P. Municipal de Morretes


Solenemente Inaugurado o Retrato do Chefe da Nação na Prefeitura Municipal
           
Constituiu acontecimento de expressiva vibração cívica a inauguração solene do retrato do Presidente Vargas no salão nobre do Espaço Municipal desta cidade.
A cerimônia revestiu-se de vivo entusiasmo, estando presentes todas as autoridades e grande número de pessoas. O Sr. Pacífico Frederico Zattar, Prefeito Municipal, abrindo a sessão, disse palavras sobre a figura do grande condutor do Povo Brasileiro, descendo em seguida a Bandeira Pátria, que até então cobria o retrato, uma salva de palmas se ouviu nesse momento, ao mesmo tempo que alunos do curso complementar do Grupo Escolar, bem como todos os assinantes entoavam o Hino Nacional.
Em seguida, O Sr. Prefeito deu a palavra ao orador oficial, o Sr. Aguillar Moraes, que prenunciou vibrante oração de glória ao admirável estadista, lendo após para melhor conhecimento dos que tiveram prazer de ler nos jornais que a publicaram, a entrevista coletiva do Dr. Getúlio Vargas, concedida há pouco em São Lourenço aos representantes de quase toda a emprensa brasileira.
Finda a oração do Sr. Aguillar Moraes, o Sr. Prefeito tornou livre a  sessão, agradacendo o Sr. Prefeito a presença de todos.
O solene ato foi participado por telegrama ao Sr. Getúlio Vargas e ao Serviço de Divulgação do Governo Federal  pelo Sr. Secretário da Prefeitura e ao jornal  “A Noite” do Rio, pelo seu representante nesta cidade.





Morretes - Paraná



Morretes!

Na singeleza desta saudação imbuída de nobres sentimentos eu te dedico, boa terra!
Quisera poder conceber um hino a tua grandeza para cantar em estrofes de ouro as fontes inesgotáveis de riqueza com que a natureza te cingiu, Morretes!
Quero-te muito, quando me detenho a contemplar o poético e decantado Nhundiaquara cujas águas cristalinas formam uma verdadeira consonância com a pureza de tua inigualável hospitalidade.
Admiro-te sinceramente ao divisar nos altos píncaros do Marumbi a grandeza de coração dos filhos teus.
Preso-te francamente por ter sido o berço de Rocha Pombo, brasileiro ilustre e perscrutador único da História Pátria.
Levo-te deveras porque as suas glebas são férteis, por isso que das sementes plantadas nos campos do trabalho, tens a glória de tua abastança.
Morretes, terra amiga, eu te saúdo!

LAUDEMIRO L. DA ROSA

NOTA POLÍTICA (1938)



            Da reunião dos partidos Social Democrático e Social Nacionalista ontem realizada na Prefeitura Municipal desta cidade com a presença dos doutores Omar Gonçalves da Motta e Ulysses Vieira, resultou a formação do Diretório local do Partido Nacionalista Democrático, o qual ficou assim constituído:
            Presidente: - Dr. Domicio Costa; vice-dito – Eurico João Schlemm;  1º tesoureiro – Tte. Pacifico Zattar; 2º dito – Lysandro Trancoso; 1º secretário – Aguilar Moraes; 2º secretário – Deodato França.
            Membros: João L. Malucelli, Baptista de Freitas, Antonio José Gonçalves, Sebastião Scucato, Santos de Bona, Eduardo Hunzicker, Marcos A. Malucelli, Senibaldo Trombini, Marcos Luiz de Bona, Dr. Frederico Kaemena, Modesto G. Cordeiro, Gastão Poplade, Francisco de Paula, Gustavo Richter, Artur Kreutzer, Domingos Giamberardino, Francisco Serôa da Mota Sobrinho, João Evangelista Cit e Olívio Vila Nova.

O Porto de Barreiros e sua Ligação a Morretes


30|09|1930

                O Exmo. O Sr. Dr. Rebello Junior, Secretário da Viação, inaugurou anteontem em Morretes, uma estrada que mandou construir dessa cidade ao porto de Barreiros.
            Como se sabe o aludido porto quer em tempos passados quer presentes, serviu e serve as pequenas necessidades locais a que o Rio Nhundiaquara, embora precariamente, vem dando transporte desde épocas as mais distantes, pois era por eles que os primeiros povoadores do mesmo território se comunicavam com o planalto.
            Hoje se restabelece essa comunicação, independentemente do citado rio, por uma estrada de 9 Km, levada a efeito em excelentes condições técnicas, idêntica a do ramal da Graciosa que vai à Porto de Cima e a Morretes, embora não macadamizados mas convenientemente ensaibrada.
            Reata assim, o Porto de Barreiros essa função histórica, útil aos descobrimentos, conquistas e povoamentos do território ao ocidente da Serra do Mar.
            Os mais importantes caminhos para a economia curitibana ao tempo em que se fixaram no planalto os princípios povoadores brancos foram o do “Arraial Grande” e “dos Currais”.
O do “Arraial Grande” também chamado de “do Itupava” e “do Barro Vermelho”, foi aberto na “Serra do Mar”, desde o Porto de Cima, então Porto Real, até os campos dos Pinhais de Curitiba. Do mar até Porto Real o percurso se fazia em lanchas e canoas pelo porto “de Barreiros”, com uma estação de pouso no Porto do Meio, depois “dos Morretes”.
            Este caminho foi aberto pelos aventureiros preadores de índios e mineradores de ouro, e do seu tráfego resultaram os arraiais de São José dos Pinhais e Curitiba.
            Mais tarde foi o caminho melhorado e até mesmo empedrado em parte da Serra, já então era conhecido como caminho de Itupava, devido a ser traçado numa aberta da Serra, na parte em que tinha essa denominação parcial a cordilheira marítima.
A sucessiva entrada de povoadores atraídos pelas riquezas auríferas dos rios ao ocidente da Serra do Mar, foi ponteado de arraiais  o então chamado Sertão de Curitiba.
            Um desses arraiais foi do Atuba, onde se concentrou o maior núcleo de população do qual derivou a fundação de Curitiba. Desta localidade, segundo a tradição, um caçador, perseguindo uma anta, viu-se em pouco tempo em Porto de Cima por uma aberta de Serra mais suave que a do Itupava.
            Em virtude desse descobrimento e com a crescente necessidade de comunicação com o mar, o novo rumo passou a ser procurado, e em 1781, um pouco melhorado, e por fim, em 1807, era um rival do de Itupava.
            “Parece-nos, diz o engenheiro Monteiro Tourinho, que evitando-se a escabrosa vereda do Itupava, e conseguintemente o Porto de Morretes, procurou-se embora por uma linha muito mais extensa, um ponto de embarque no rio Cachoeira”, em Antonina. Este fato desde então foi motivo de rivalidades que ainda perduram entre os portos de Paranaguá e Antonina.
            Em 1807, o caminho pela Graciosa (assim chamado por partir da capela desse nome, construída em 1714 no vale do rio Cachoeira, origens de Antonina) já estava aberto, por esforços do Governador e Capitão General da Capitania de São Paulo, Conselheiro Antonio José de Franca e Horta, com protestos da Câmara de Paranaguá. A Câmara de Antonina, por sua vez, alegou junto a D. João VI, os embaraços que lhe impunha a Câmara vizinha, até que em 1819 tudo se acomodou, porque os interesses do comércio com Curitiba era pelo novo caminho e bem assim os da navegação, mais breve de Paranaguá a Antonina do que a do mar a Morretes, onde, além disso,  somente podiam chegar canoas.

***

De novo as necessidades locais da baixada litorânea se afigurou útil e Porto de Barreiros para os pequenos movimentos comerciais dos municípios de Morretes e de Porto de Cima. A promissora exportação de bananas desses dois municípios tem assim uma porta própria de mais fácil acesso para eles do que as de Antonina e de Paranaguá.
Cada um à espera dos seus peculiares interesses  que a concorrência poderá sobrepujar uns aos outros mas nunca excluí-los completamente, como observou Monteiro Tourinho, aos portos de hoje se ajuntarão outros para o futuro, criados pela necessidade dos povoamentos e pela intensidade incessante do nosso comércio dependente do mar.
“Tempo virá (diz aquele notável engenheiro a quem o Paraná deve larga soma de serviços profissionais e de devotamento as grandes causas do seu progresso) “em que nas costas do pequeno mediterrâneo assinalado nas cartas com o nome de Baía de Paranaguá, surjam outras povoações e cidades com ancoradouros naturais ou artificiais onde venham terminar outras estradas”. E antevendo a realidade de sua profecia, Monteiro Tourinho exclama:
“Quão ridículas, parecerão então aos vindouros estas nossas questianculas de nortes”.

ROMARIO MARTINS
                                                                                                                             

O PROCESSO DAS COMUNICAÇÕES



Será inaugurado hoje em Morretes um aparelho Repetidor Duplex

MORRETES, 12 (Da nossa sucursal) – O Telégrafo Nacional e de especial modo Morretes, estão hoje de parabéns com a inauguração que se fará do importantíssimo melhoramento que vem de ser introduzido na estação local. Trata-se da introdução de um aparelho repetidor Duplex. A mesma inauguração far-se-á hoje nas estações de Santos e Florianópolis, iniciando-se assim um serviço de rapidez extraordinária o que até hoje não se conseguia com os antigos aparelhos Doudot.  Esses aparelhos que hoje serão inaugurados nessas três estações, têm por finalidade a repetição das mensagens entre o Rio e Porto Alegre, denominando-se Duplex porque conta com aperfeiçoamentos que o tornam capaz de simultaneamente receber e transmitir mensagens.
O melhoramento permitirá o completo desafogo de todo o tráfego entre as duas grandes cidades, pois fará a transmissão de 150 palavras por minuto, sem perigo de interrupções causadas por condições atmosféricas. Ao que sabemos, aparelhos tais são os primeiros que se instalam no Brasil.
O serviço de instalação nesta cidade esteve a cargo do eletrotécnico Rovedo  Vercesi, o qual lutou com seríssimas dificuldades devido a carência de meios para o delicado serviço. Muito embora tenha contado com toda a atenção e ajuda do senhor José Ávila de Araújo, agente postal telégrafo desta estação e de diversos auxiliares, foram grandes as barreiras a transpor, tendo sido até necessária a colaboração da Fábrica de Papel, fornecedora de força elétrica local, Fábrica de Aguardente que forneceram água destilada para as inúmeras baterias etc.
A inauguração foi apressada para hoje, para se  homenagear assim, o cap. Faria Lemos, Diretor Geral do Departamento de Correios e Telégrafos, que nesta data comemora o primeiro aniversário de sua gestão.
Ao ser iniciado esse importante serviço de melhoramento no tráfego entre o Rio e Porto Alegre, é justo que se mencione o nome de Dr. Edgar Teixeira, Diretor Técnico dos Telégrafos sob a orientação do qual estão se processando estes importantes serviços.

13.12.1938

Sua História tem Índios




            Durante séculos, os índios Caingangues dominavam a vasta região de terras do Oeste Paranaense., vivendo em fartura dada a grande fertilidade do solo, como também a sua exuberante fauna e farta psicosidade dos seus inúmeros rios. Mas por volta da metade do século XIX, os espanhóis tendo como amparo legal, as determinações e limitações do Tratado de Tordesilhas, cruzaram o Rio Paraná, vindos de Assunpção, chegaram às terras onde se localizariam mais tarde, Foz do Iguaçu. Foram recebidos pelos Caingangues como amigos. Entretanto os espanhóis tentaram escravizá-los. Liderados então, pelo herói Guiaráca, os índios reagiram violentamente. E a luta se estendeu por toda parte, nos vales do Iguaçu, Ivaí, Tibagi, Taquari e Paranapanema. Os espanhóis tiveram que recuar. E os índios marcaram um fato histórico: era o primeiro passo no Sul do país que deslocava as fronteiras dos limites do meridiano de Tordesilhas. Foi assim, que então, a província paraguaia de Guaha, que abrangia todo território oeste do Paraná ficou apenas ocupadas pelas reduções dos padres jesuítas, que por sua vez não conseguiram mais atrair os índios, que os atacavam e destruíam suas vilas e povoamentos. Mais tarde, verificando-se que essas terras pertenciam à Portugal e não à Espanha, dois bandeirantes – Antonio Raposo Manoel Preto, depois de violenta luta com os índios destruíram os aldeamentos de Vila Rica do Espírito Santo e Ciudad Real  Del Guayra, aniquilando 15 mil selvículas e levando presos mais de 60 mil para serem vendidos em São Paulo.
            Mas, terminava a primeira tentativa de colonização da região.

Primeiros Moradores

            A história conta que remonta a 1881, a data dos primeiros povoadores de Foz do Iguaçu: o brasileiro Pedro Martins da Silva e o espanhol Manoel Gonzales, que subindo o Rio Paraná se estabeleceram nesta região. Anos mais tarde, em 1887 chegam nestas terras os irmãos Goyocachêa que se estabeleceram com exportação em grande escala de erva-mate. Isso fez com que a população do povoado aumentasse, com a chegada de famílias que trabalhavam na exploração ervateira, além de outras, oriundas de missões, em face de desentendimentos com o governo argentino da época.

Oficialização Nacional

         Mas, foi em 15 de julho de 1888 que chegou ao Oeste paranaense a Comissão encarregada pelo Governo brasileiro de tomar posse definitiva da região, entre as Sete Quedas e Foz do Iguaçu. Chamou-se de “Comissão Estratégica do Paraná” que estabeleceu a  “Colônia Militar do Iguaçu”.
            O ponto de partida para o povoamento foi a, a 23 de novembro de 1889, na margem do Rio Paraná, a seis quilômetros de Foz do Iguaçu, de uma colônia militar, dirigida pelo engenheiro militar José Joaquim Firmino. Foi ele que abriu uma picada de 60 léguas. O pessoal da Comissão Militar deu início a organização e administração da Colônia, que na época tinha uma população de 324 pessoas na sede, e mais 500 no interior do futuro município de Foz do Iguaçu. Em 20 de outubro  de 1892, a Colônia Militar do Iguaçu foi desmembrada da Comissão Estratégica do Paraná a cujo cargo ficou a construção da estrada até as divisas da Colônia. Em 19 de abril de 1905 foi instalada a repartição fiscal do Ministério da Fazenda (Mesa de Rendas) pelo poeta e jornalista paranaense Silveira Neto.
            Já em 1906, foi criado o Distrito policial e instalada e linha telegráfica ligando Foz do Iguaçu a Guarapuava. Em 1910 foi criado o Termo judiciário.


O Município, Enfim

            A Colônia Militar foi extinta em 1912 e a região passou à jurisdição do Estado.