Morretes
e todo o Paraná, comemoram hoje o centenário de nascimento de Manoel de Azevedo
da Silveira Netto que em 7 de setembro de 1922 foi eleito o “Príncipe da Poesia
Paranaense”. Filho de Morretes, Silveira
Netto pertenceu à antiga geração literária do Paraná, do grupo do Cenáculo, que
floresceu na última década do século passado, a que pertenciam também nomes
como Julio Pernetta, Dario Veloso e Antonio Braga.
Em
1903, ele, deixaria seu nome gravado para sempre à história da sua terra natal,
ao escrever a letra para o “Hino Morretense”, oficialmente lançado num dia 20
de dezembro, data escolhida para a comemoração da passagem do meio século de
criação da Província do Paraná.
Silveira
Netto, integrado no movimento simbolista, fez publicar no Rio de Janeiro, em
1900 seu primeiro livro de versos – “Luar de Inverno”, que mereceu os maiores
elogios da crítica da época. Publicou em seguida “Ronda Crepuscular” e “Margens
do Nhundiaquara” Em prosa deixou “Do Guaíra aos Saltos do Iguaçu”, com
impressões de viagem e exaltação às belezas naturais do Paraná. Escreveu também
um ensaio sobre o poeta negro Cruz e Souza, editado em 1924.
Longe
das letras era funcionário do Ministério da Fazenda, a que se dedicava com
retidão exemplar. Deixou ilustre descendência: Tasso da Silveira, escritor Há
pouco falecido, e mais as filhas Eleonora Silveira Lago e Eridan Silveira da
Fonseca, residentes no Rio de Janeiro. Um seu irmão, Gutenberg da Silveira, e
vários sobrinhos até hoje residem em Curitiba.
O
poeta e escritor Silveira Netto é patrono da Escola Normal de Morretes. Faleceu
a 20 de dezembro de 1942, no Rio de Janeiro, tendo os seus restos sido
trasladado para Morretes em solenidade realizada a 6 de maio de 1967,
depositados ao pé de um busto erigido em sua homenagem naquela cidade.
Retirado
de “O Estado do Paraná” - Curitiba, terça-feira, 4 de janeiro de 1972.