João de Deus Freitas – Nasceu
em Morretes, devido a sua iniciativa e capitais, instalou-se na referida cidade
em 1908, a primeira fábrica de papel e papelão que possuiu o Paraná e
possivelmente o Brasil.
A
fábrica, que funcionou sob a firma J. de Freitas & Cia, aproveitava como matéria prima o caule
do “lírio do brejo” abundante naquele município.
Mais
tarde foi a fábrica adquirida por uma firma americana e depois pelo Sr. H. A.
Bergan.
José Francisco da Rocha Pombo – Nasceu
em Morretes , a 4 de dezembro de 1957 e faleceu no Rio de Janeiro a 26 de junho
de 1933. Cerebração potente, tudo através do seu espírito e do seu temperamento
assumia proporções mal pressentidas pelas inteligências comuns. Foi brilhante
figura do jornalismo paranaense, fundando em Morretes, o “O Povo”, em 1879, periódico republicano; o “Diário dos Campos” em Ponta Grossa;
o “Diário do Comércio” em
Curitiba. Romancista e novelista, publicou: “A Hora do Barão”, “Dadá”,
“Petrucello”, “Supremacia do Ideal”, “Visões”,
“A Religião do Belo”.
Foi
sua a iniciativa da fundação de uma universidade em Curitiba, que chegou ao
lançamento da pedra fundamental de um edifício no Largo Ouvidor Pardinho. A
ideia só havia de ressurgir e então com êxito, conduzida pelos senhores doutores Victor do
Amaral e Nilo Cairo.
Rocha
Pombo, em 1897, mudou para o Rio de Janeiro a sua residência. Se não o tivesse feito não seria o nome nacional que
veio a ser como professor e como autor. A sua História do Brasil em nove volumes, é o mais grandioso monumento
sobre o assunto, que assinala a presença na elite cultural do país, de um
grande e operoso espírito. Além desse trabalho que por si só justifica a glória
de um nome, Rocha Pombo é autor de obras didáticas de história regional
brasileira e de história americana. Sua contribuição nesse ramo de
conhecimento, é a maior dentre autores brasileiros. Maior e mais completa.
José Gonçalves de Morais –
Nasceu em Morretes a 15 de janeiro de 1849 e faleceu na mesma cidade a 21 de
setembro de 1909. Poeta e prosador de
escol entre os seus contemporâneos, aos 18 anos publicou um livro de versos Semprevivas. Longos anos da sua vida
escreveu para jornais e revistas paranaenses. Durante vários anos dirigiu o Almanaque Paranaense, editado pela
Impressora Paranaense. Poeta e novelista, seus trabalhos igualam aos dos
melhores autores nacionais. “É um homem de verdadeiro talento”, dele disse
Rocha Pombo em O Paraná no Centenário.
Deixou inédito um romance realista Maria
Clara e numerosas poesias e contos, principalmente humorísticos, nos quais
pode-se dizer que ninguém o excedeu no Paraná. Foi deputado em várias
legislaturas.
Silveira Neto (Manoel
Azevedo da Silveira Neto) – Nasceu em Morretes a 4 de janeiro de 1872. Seguiu a
carreira da receita federal, onde atingiu altos postos e comissões de
importância como as de inspetor de alfândegas e de delegacias do tesouro
nacional.
Diplomado em Filosofia e Letras pela Faculdade do Rio de
Janeiro.
Foi um dos quatro idealistas do Cenáculo”, com Dario
Velozo, Júlio Perneta e Antonio Braga.
Antes de ingressar nas letras, seu pendor artístico foi
pela pintura, em 1888, matriculando-se na Escola de Belas Artes fundada e
dirigida nesse ano pelo artista português prof. Mariano de Lima. Foi-lhe
proveitosa essa aprendizagem, pois a proclamação da República encontrou-o
trabalhando na seção de gravura da Litografia do Comércio do prof. Narciso Filgueiras
e vivendo dos modestos ornamentos desse emprego. Em 1895, já incorporado ao Cenáculo, núcleo simbolista de
repercussão no país, a persistente inclinação do seu espírito pela pintura
fê-lo discípulo de Alfredo Andersen, que então surgia em Curitiba com a magia
do seu pincel despertando as almas sensíveis e anunciando a presença de um
extraordinário artista.
Em 1900 estava no Rio de Janeiro e aí publicava, com
prefácio de Nestor Victor, a sua obra prima, o livro de versos Luar de Inverno, que emparelhou com as
mais notáveis do período simbolista do Brasil, onde teve rememorável
repercussão e mereceu movimentados aplausos de notáveis escritores desse tempo,
tais como Artur Azevedo, Medeiros de Albuquerque, Veiga Miranda, Frota Pessoa,
João Itiberê (Ivan d’ Unac), Hélio Morais Filho, Andrade Muricy e outros
cultores da crítica literária.
Fundou várias revistas no Paraná, a começar pela A Luta, com Manoel Perneta (seu
primeiro ensaio na imprensa) ; O Guaraní,
revista ilustrada, com Augusto Stresser; Turris
Eburnea, com Romário Martins: Pallium,
com Julio Perneta.
No ano em que publicou Luar de Inverno (1900), publicou também Antônio Nobre, uma elegia do poeta triste de Portugal, - em luxuosa
plaquete ilustrada pelo seu lápis destro e delicado. Em 1912 publicou Do Guaíra aos Saltos do Iguaçú, o
melhor livro, até então, sobre as duas famosas cachoeiras paranaenses. Em 1913
escreveu uma elegia comemorativa do felecimento do notável compositor e
pianista paranaense, o diplomata Brasílio Itiberê da Cunha, - musicada pelo
maestro Léo Kesler e cantada, com grande sucesso, em Curitiba. Em 1914 tinha
pronto o libreto de uma tragédia O
Bandeirante, que Augusto Stresser poria em música, o que não aconteceu por
prematura morte do compositor.
Mais três livros de Silveira Neto: Ronda Crepuscular (versos) ; Palavras
de Hoje (prosa) ; e O Sonho de
Cresus (poema).
Paulo Assunção (Paulo
Ildefonso d’Assunção) – Fez o curso da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro.
De regresso a Curitiba, sua cidade natal, fundou o Conservatório de Belas Artes do Paraná, que conseguiu manter por
vários anos.
Criadas as Escolas de Aprendizes Artífices na presidência
Nilo Peçanha, a Paulo Assunção foi confiada a direção da do Paraná. Tal foi a
organização dada pelo devotado e ilustre paranaense ao estabelecimento, que
essa organização foi adotada pelo governo federal para todas as escolas
similares do país, e Paulo Assunção comissionado para fazer a necessária
adaptação nos estados do Nordeste e Norte da República.
Era cronista e crítico de arte, e ninguém o excedeu, no
Paraná, nesse campo de cultura especializada.
Autor dramático de mérito, jornalista elegante e de
vastos recursos; professor, elemento social raro e brilhante.
Seu desaparecimento em 1928, encerrou na sociedade
curitibana um período dos mais distintos, do qual fora Paulo Assunção o
animador sem contraste.
Fernando Amaro de
Miranda – Nasceu em Paranaguá em 1832 e faleceu em Morretes em 1857. Poeta,
não fez senão cantar até morrer aos 25 anos de sua vida. Publicou em 1954 um
livro, Pulsações da Minha Vida e
Leôncio Correia conseguiu editor para um outro, cremos que em 1896. Além desses
foi impresso pelo autor, o poemeto Armia,
que parece conter os seus melhores versos. Teve bons biógrafos e críticos em
Silveira Neto e Santa Rita Júnior.
Antonio Ribeiro de
Macedo – Nasceu a 15 de fevereiro de 1843, em Morretes, na então povoação
de Porto de Cima, sobre cuja localidade escreveu uma interessante monografia.
Foi escritor de relevo no seu tempo, sempre preocupado
com assuntos ligados à defesa e ao progresso do Paraná.
São
de sua autoria: Questão Social, A
Miséria é ou não possível de evitar; Questão
de Limites entre Paraná e Santa Catarina; Questão Econômica; Salvai o Paraná
(opúsculo sobre a Erva-Mate) ; Breves Informações sobre a Província do
Paraná (publicadas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro)
Como
jornalista editou e dirigiu “O Progresso”, em Antonina; e colaborou
assiduamente nos principais jornais de Curitiba. Seus artigos sempre
objetivaram altos assuntos de real interesse regional, nacional e humano, e
foram geralmente acatados pelos seus concidadãos. Sua obra de escritor lhe deu
entrada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto Histórico e
Geográfico Paranaense e Associação Paranaense de Imprensa.
(Romário Martins - Terra e Gente do Paraná)